Instituto Pensar - Ministro da Educação diz que jovens de hoje são ?zumbis existenciais?

Ministro da Educação diz que jovens de hoje são ?zumbis existenciais?

por: Nathalia Bignon 


Milton Ribeiro durante a solenidade de Posse ? (Foto: Isac Nóbrega/PR)

No evento de lançamento de políticas contra a mutilação e o suicídio nesta quinta-feira (10) ? data em que oficialmente se celebra o Dia Mundial do Combate ao Suicídio ?, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que jovens brasileiros se tornaram "zumbis existenciais? por não acreditarem mais em Deus.

O ministro, que também é pastor presbiteriano, avaliou que o mundo vive um momento de "desconstrução de tudo?, o que deixa jovens sem referência ou motivação.

"Nós temos hoje no Brasil, motivados creio eu, meu diagnóstico, por essa quebra de absolutos e de certezas, verdadeiros zumbis existenciais. Não acreditam mais em nada, desde Deus à política. Eles não têm nenhuma motivação?, disse.

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Em seu discurso, ele afirmou ainda que os jovens tem vivido um "vazio existencial?, o que, na opinião dele, estimula adolescentes a viverem sem propósito, o que os leva a tirarem "a própria vida?. No entanto, especialistas em prevenção ao suicídio alertam que não há evidência de relação entre religiosidade e suicídio e pedem que a população não divulgue falsas verdades ou aquilo que chamam de "mitos prejudiciais?.

"Nós vivemos em um tempo de desconstrução de tudo. De tudo o que é valor, de tudo o que é absoluto. De todas as certezas da vida?, disse. "Não há mais uma juventude que acredite nas coisas como Deus, religião, política e família. Eles perdem totalmente o referencial?, pregou o ministro.

Segundo Ribeiro, a "grande moda dos sociólogos e filósofos? é desconstruir valores e ideias e não colocar "nada no lugar?, "deixam um vazio?.

Crítica de Ribeiro aos livros do MEC

Ribeiro criticou ainda o conteúdo de materiais didáticos que, na visão dele, oferecem pontos de vista que não são adequados para a faixa etária indicada.

"Quando olho os livros no Ministério da Educação, livros antigos, vejo algumas críticas que seriam próprias, talvez, para um quase jovem, não para uma criança de sexto ano?, disse. "São discussões e desconstruções históricas que, para mim, não são oportunas naquela faixa etária?, ressaltou.

Ribeiro foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro em um aceno tanto à bancada evangélica como ao núcleo ideológico da Esplanada dos Ministérios. No passado, antes de assumir a pasta, ele defendeu educar crianças com "dor?. "A correção é necessária para a cura. Não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves?, disse.

O uso de castigo físico em crianças foi proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), após a sanção da Lei da Palmada, em 2014, que alterou a lei que dispõe sobre o estatuto. A lei protege crianças e define que elas devem ser educadas e cuidadas sem o uso de castigo físico ou de "tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação?.

Com informações da Folha de S.Paulo



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